Procurado por manter sobrinha em cárcere privado por 9 anos é preso no ES

Procurado por manter sobrinha em cárcere privado por 9 anos é preso no ES

18/10/2024 0 Por larissa

Homem, que é tio da vítima, se entregou à polícia na última segunda-feira (14); ele raptou a própria sobrinha em 2015, quando ela ainda era adolescente


Foi preso o homem procurado e suspeito de raptar, estuprar e manter em cárcere privado por quase dez anos a própria sobrinha. A jovem, atualmente com 25 anos, moradora de Rio Bananal, no
Norte do Espírito Santo, dada como desaparecida desde a adolescência, foi resgatada em Jucuruçu, no extremo Sul da Bahia, em uma operação policial realizada entre os dias 19 e 20 de setembro.


Desde o resgate, a polícia fazia buscas pelo tio da vítima, visto que, após descobrir o cativeiro e libertar a jovem, o homem conseguiu fugir. Na última segunda-feira (14), o procurado se entregou para a Polícia Civil em 
Linhares, acompanhado do advogado. Segundo a corporação, ele “contou as suas versões do fato, apresentou provas que serão avaliadas pela Justiça e foi preso, em cumprimento ao mandado de prisão em aberto contra ele, expedido pela Justiça de Rio Bananal”.

 


Após a prisão, ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória da 
Serra, na Grande Vitória, onde ficam os acusados de praticar crimes sexuais. Ele segue à disposição da Justiça.

A reportagem de A Gazeta optou por não divulgar a identidade do detido para preservar a identidade da vítima.

Uma mulher de 25 anos, dada como desaparecida desde a adolescência, foi resgatada na Bahia em uma grande operação envolvendo a Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo. A vítima sumiu em 2015, quando morava na cidade de Rio Bananal, Norte capixaba. Mas, na verdade, a mulher estava o tempo todo em um cativeiro, e, após quase 10 anos, conseguiu entrar em contato com a família por meio de rede social e pediu ajuda.

Após o resgate, a jovem afirmou que foi raptada, estuprada e levada para a cidade baiana Teixeira de Freitas por um tio, e que lá era mantida trancada em uma casa. O homem a ameaçava e dizia que “caso tentasse fugir, iria matar a família dela inteira”. Na ocasião, a então adolescente deixou apenas uma carta para os familiares dizendo que iria embora. Foi quando o pai da vítima procurou o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e a delegacia que investigava desaparecimentos.

A vítima também contou que só podia sair da residência acompanhada do tio, e que ele a vigiava o tempo todo. Nunca foi permitido a ela ir para escola, por exemplo.

Após um tempo residindo em Teixeira de Freitas, o tio e a vítima foram para Vitória, Capital do Espírito Santo, onde moraram por aproximadamente três anos. De Vitória, os dois foram embora para Jucuruçu, na Bahia, cidade onde ocorreu a operação de resgate no dia 20 de setembro. A vítima relata que durante todos os anos foi abusada pelo homem e, neste período, chegou a ter um filho que faleceu ainda recém-nascido.

Ajuda por celular

Há aproximadamente oito meses, o homem deu um celular para a jovem. Por meio do telefone, a vítima conseguiu contato com a família e pediu ajuda. Os policiais, acompanhados do pai da jovem, saíram de Rio Bananal na madrugada do dia 19 de setembro e, na manhã do dia seguinte, realizaram a abordagem no local do cativeiro. No entanto, o suspeito conseguiu visualizar a chegada dos policiais e saiu correndo, pulando cercas e fugindo para o mato.

“Mesmo perseguido pelos agentes por um bom tempo, ele conseguiu se evadir porque conhecia muito bem o ambiente e as trilhas da mata”, informou a Polícia Civil capixaba. Durante as buscas no cativeiro, a polícia encontrou três armas de fabricação caseira, munições, um revólver calibre 38, além de documentos falsos.

O reencontro

Um vídeo mostra o momento emocionante do reencontro da moça com o pai após o resgate. As imagens foram registradas pela Polícia Civil do Espírito Santo. O pai detalhou como foi esse reencontro.

“Ela está muito abalada, está sofrendo psicologicamente, muito deprimida. Vamos tentar buscar algum tratamento para ela e para nós. Tem que dar um jeito de prender esse cara, se não a gente não vai ter sossego. Um cara que faz uma coisa dessas com a sobrinha, não é homem. Queremos justiça”, pontuou o pai.

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