Terreno e prédios do Leonardo da Vinci, em Santa Lúcia, são vendidos para incorporadora imobiliária
10/10/2024Os 28 mil metros quadrados de terreno que abrigam a escola, já vendida três vezes, encheram os olhos de investidores do ramo imobiliário capixaba; venda bateu R$ 90 milhões
O terreno que abriga o Centro Educacional Leonardo Da Vinci e respectivos edifícios da escola, em Santa Lúcia, em Vitória, não pertence mais à família fundadora do colégio – a Pignaton, tradicional da educação capixaba. Os 28 mil metros quadrados totais de área e 15 mil metros quadrados de construção, da estrutura completa do imóvel, agora são da Nazca, empresa do mercado imobiliário do Espírito Santo que, hoje, detém a maioria das incorporações mais robustas da Grande Vitória.
A Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, apurou que o grupo dono da escola não quis exercer o direito de preferência previsto no contrato de locação que existe hoje. Em outras palavras, isso significa que os antigos donos do terreno (a família fundadora do Leonardo) ofereceram a venda do imóvel aos inquilinos (o Grupo Inspired de educação, proprietário do colégio), mas não houve interesse na transação e, por isso, a Nazca e investidores puderam arrematar o local.
Depois que a fundadora do colégio, Maria Helena Pignaton, já havia deixado o conselho do Leonardo (o que aconteceu há algum tempo), o terreno, em si, era o último vínculo que a família ainda tinha com o Leonardo e com a atual gestão da escola – laço que, agora, já não existe mais.
3 VEZES VENDIDO
Por outro lado, o processo de venda já é um trâmite familiar à história recente do Leonardo. Isso porque, de 2018 para cá, o colégio já foi vendido pelos fundadores e revendido por grupos de instituições de ensino outras duas vezes. Ao todo, três movimentos importantes foram feitos nesse sentido.
Em todas as três negociações, o cenário de possibilidade de mudança pedagógica e nova gestão só deu a certeza de insegurança para pais e educadores. E esse sentimento deve se repetir neste momento, principalmente, já que não se exclui o vislumbre dos acionistas que investiram na compra do terreno por um eventual empreendimento residencial no CEP que, convenhamos, é bem valorizado na Capital.
Ao histórico: primeiro, em 2018, a Kroton Educacional, holding de educação básica de ensino, adquiriu a escola direto dos fundadores. Três anos depois, em 2021, o colégio capixaba se tornaria propriedade do Grupo Cogna, que foi negociado com a Eleva Edução. Na época, como noticiado pelo Folha Vitória, os interessados desembolsaram mais de R$ 964 milhões pelo Leonardo e outras 50 outras escolas em uma tacada só.
O valor foi pago pelo Grupo Eleva, o então grupo comprador, à Vasta, controladora do Cogna.
Na terceira venda, o Da Vinci passou a fazer parte do portifólio educacional da britânica Inspired Education Group. O volume financeiro, nesta última vez, não foi divulgado.
Já o preço que terreno e prédios custaram à incorporadora nesta quarta transação milionária, como este colunista apurou com insider da negociação, foi de R$ 90 milhões.